Estive tristinha. Bem tristinha. Tristinha a ponto de pensar em colocar tudo em dia, ajeitar todas as minhas coisas pra não dar trabalho pra ninguém, e partir dessa para uma melhor. Aí eu percebi o que estava me deixando tão tristinha e resolvi fazer alguma coisa. Não estou mais tristinha.
Desde então, minha vida tem mudado muito. Voltei a estudar e estou começando a me organizar politicamente. Tem sido muito bom. Estou contente comigo mesma.
Quando digo que voltei a estudar, quero dizer que resolvi fazer uma pós-graduação. EAD, sim, mas ainda uma pós-graduação. Desde que me formei, queria muito fazer alguma especialização. Queria estudar algo que pudesse me dar um direcionamento legal na clínica, como uma especialização em alguma terapia ou transtorno. Mas nada me fazia brilhar os olhos, então fiquei enrolando por muito tempo, esperando o dia em que virasse uma chavinha em mim e eu magicamente soubesse qual especialização gostaria de fazer. Não aconteceu.
Foi só quando me desvencilhei da área clínica que percebi o quanto queria estudar outras coisas. Eu continuo atendendo no particular, mas não tenho mais pretensão de crescer nessa área. Então, tirando esse peso da consciência, decidi iniciar uma pós em criminologia. Pretendo trabalhar com isso? Não sei. Mas tem sido muito interessante e só isso já está valendo. Estou buscando aproveitar a viagem ao invés de focar no destino. Eu não sei para onde quero ir, mas ficar parada só por causa disso não me agrega em nada. Vou me mexer e, em algum momento, sei que vou chegar em algum lugar. E se não for um lugar bom, eu parto para outro caminho. Não tem problema. A vida é pra ser vivida, não para ser acertada.
Percebi, também, que meu interesse pela morte pode ser seguido, sem necessariamente eu me sujeitar à ela. Em outras palavras, também tenho estudado tanatologia. Onde esse conhecimento vai me levar? Talvez à lugar nenhum. Mas confesso que me sinto bem em pensar em mim mesma como uma amiga da morte, alguém que a conhece a respeita, sem que para isso eu precise manter-me em ideação suicida. Espero que a morte me considere amiga também e me poupe por mais um tempo.
Por fim, no último final de semana fui à uma rave. Fui com pessoas confiáveis e foi uma experiência muito legal. Existe algo de muito catártico em ouvir música com bpm alto em volumes estratosféricos em conjunto com outras pessoas, mesmo que ninguém esteja interagindo direito entre si. Mesmo sem usar nenhum alucinógeno, senti que foi uma experiência mágica, ou pelo menos sensorialmente incrível. Infelizmente não consegui ficar até o final (a festa ia até 8h da manhã do dia seguinte) porque às 4h eu já estava morrendo de sono. Espero que numa próxima eu consiga ficar mais.
No mais, estou ok. Como disse, não estou mais tristinha, embora eu não esteja necessariamente super bem. Sinto que estou só ok. Só existindo. Vivendo. Fazendo minhas coisinhas. Pausa pro cigarrinho. Tudo ok. Tudo nos conformes. Estável, talvez. Espero que continue assim.
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