A perseverança vence, mas não sem antes te humilhar

Eu amo desenvolvimento front end. É algo que está na minha vida desde os meus 12 anos de idade (por aí) e que não consigo largar, ainda que passe algum tempo afastada vez ou outra. Em vista do meu diagnóstico tardio de autismo, suspeito que seja o que se chama de interesse especial, que se tornou um hobby no qual passo horas absorta sempre que tenho a oportunidade. No entanto, por ser só um hobby, a verdade é que minhas habilidades são relativamente fracas comparado a um desenvolver de verdade. Meu nível de CSS é ok o suficiente para eu conseguir fazer páginas responsivas e colocar alguns efeitos bacanas na página, mas no Javascript eu ainda peco muito.

Acontece que, de uns tempos pra cá, para fazer layouts de blogs, tenho me inspirado muito nos temas que vejo para comprar no Etsy, e eles seguem uma tendência de, ao invés de mostrar o post inteiro na página inicial, expor apenas uma grade com a thumbnail, título e data do post, para que o visitante entre no post em que se sente mais atraído. Por um tempo, eu lutei contra esse tipo de design porque sinto que blogs pessoais devem ser lidos de forma cronológica reversa (ou seja, o mais recente antes, aí você lê os posts mais antigos se quiser acompanhar mais daquela pessoa). Porém isso é uma regra que só existe na minha cabeça e não tem problema nenhum quebrar ela (eu mesma faço isso com certa frequência, quando o post mais recente da pessoa não me chama tanta atenção mas algum antigo chama, hahah).

Resolvi me desprender dessas minhas ideias rígidas e decidi que eu ia fazer um tema desses mordenoso, com a grade de posts, a thubnail em destaque e tudo que tem direito. Mas quem disse que isso é fácil? Eu consigo fazer isso tranquilamente no Wordpress, por exemplo, mas os códigos do Blogger não são tão amigáveis, e eu não conseguia encontrar de jeito nenhum um tutorial que ensinasse aquilo que eu queria fazer. O melhor que eu consegui foi uma gambiarra com Javascript que não era exatamente o que eu queria, porque não dava pra manter essa mesma configuração na página de arquivo, por exemplo.

O único jeito foi, realmente, parar e estudar o maldito código do Blogger e ir intuindo onde que eu preciso fazer as alterações pra fazer meu CSS funcionar. O resultado é esse layout que vocês estão vendo.

Não vou mentir, pensei em desistir várias vezes e simplesmente migrar pro Wordpress de uma vez, ainda que eu não queria abandonar o Blogger porque tenho um grande apego a essa plataforma e o seu sistema de comentários, risos. Passei um tempo oscilando entre “por que que todo mundo consegue, menos eu?” e “mas se outros desenvolvedores conseguem, eu também posso aprender!”. No fim das contas, passei alguns dias mal (sim, me frustrar com minhas habilidades de web development é uma das coisas que mexe com a minha autoestima), mas não desisti. Decidi que ia conseguir e cá estamos.

Penso em fazer um tutorial pra ter registrado esse processo, caso eu precise dele novamente algum dia. E embora eu ache que esse layout não está exatamente do jeito que eu queria, eu estou sim relativamente orgulhosa dele. Espero conseguir fazer mais coisas legais com esses novos aprendizados no futuro.